Ontem, vinha da minha primeira experiência de escrita criativa...

... depois de ter feitos recortes e caminhos de palavras, ter descrito o tecto numa perspectiva emocional e noutra fria, ter ouvido "O namoro" do Sérgio Godinho e ter imaginado a namorada do Benjamim e, por fim, ter procurado as palavras que existem numa uva...

... vinha cheia de informação e sensações novas e dirigi-me para o metro...

... o comboio já lá estava, por isso, tive que correr e entrei na 1ª carruagem...

... como a minha saída é mais perto do outro extremo do comboio, percorri aquela carruagem toda até ao fim e sentei-me no 1º lugar que vi...

... olhei para a senhora que estava ao meu lado que tinha adormecido, encolhida na cadeira com as mãos fechadas a segurar duas Íris brancas e uma lilás ainda por abrir...

... é a minha flor preferida que descobri num dia de Primavera num caminho do pequeno pinhal da minha Universidade. Era um caminho que fazia habitualmente para tratar de coisas de trabalho e que numa manhã quente, daquelas como só há no Algarve, observei que estava a ficar cheio destas flores...

... à volta, não resisti e colhi umas quantas para pôr no laboratório e outras que levei para casa. A partir daí, passaram a fazer parte da minha vida...

..."adeus, Íris, até à Primavera!"