sexta-feira, janeiro 20, 2006

Sugestão para matar o desejo...

Aya Bistrôt
"Num sector, o dos restaurantes, em que muitos se queixam da prolongada crise económica que lhes afecta a clientela, os de culinária japonesa viajam de vento em popa. Cada vez há mais oferta e as lotações continuam esgotadas. Agora, o conhecido Aya, tendo como público alvo gente mais jovem e menos endinheirada, inaugurou o Aya Bistrôt.

Os acanhados, os que têm vergonha de admitir que não pescam nada de comida japonesa, mas aprenderam a apreciá-la, mesmo que não distingam bem o "sushi" do "sashimi", ou sequer saibam os nomes do que estão a comer, têm agora, em Lisboa, um restaurante japonês que lhes convém: o Aya Bistrôt, recém inaugurado, irmão mais novo do Restaurante Aya, localizado no rés-do-chão do mesmo edifício, o melhor do seu género entre nós. Porque é que lhes convém? Porque não precisam de fazer pedidos de uma ementa cheia de nomes indecifráveis e de mistérios culinários.
A única coisa que têm a fazer é sentar-se, ao balcão ou nas mesas, que os petiscos passam diante de si, sem interrupção e sem intermediação de empregados, que se limitam a servir as bebidas e, no final, a fazer as contas: tantos pratos cor-de-rosa (um euro cada), azuis (dois euros), vermelhos (2,50 euros), pretos (três euros) e castanhos (3,50 euros). É ir escolhendo, pode ser pela cor dos pratinhos, pois a cada um corresponde o seu preço - há um a 0,20 euros, o gengibre fresco marinado, um tempero cor-de-rosa de ataque doce e final ligeiramente picante -, pode ser pela delicadeza e lindeza da composição de cada um dos petiscos. Nos intervalos tem-se oportunidade de apreciar a arte dos cozinheiros no manejo das facas e na preparação e cortes dos peixes, mariscos, legumes e frutas.
Entramos no mundo do "kaitem", pela mão de Takashi Yoshitake, o dono do Restaurante Aya do primeiro andar, que se prepara para alargar, um mestre na sua arte. O "kaitem" é uma passadeira de movimento perpétuo, um sem-fim, se quiserem um comboio, que transporta os pratinhos. Ao contrário de outros que já frequentei - desculpem-me a cagança - em Nova Iorque, na Broadway, e em Londres, que transportavam os pratinhos a céu aberto, o do Aya Bristrôt é protegido por um túnel de acrílico transparente, que preenche todos os requisitos de higiene e de preservação da frescura dos alimentos. Há portinholas ao longo do túnel, de abertura fácil, por onde se retiram os pratinhos. Depois é só escolher: há "sushi" e "sashimi" de carapau (uma delícia!), de salmão, de várias partes de atum (um luxo!), de lula, de polvo, de camarão, de dourada, de pargo, de rodovalho, entre outros, de legumes e de frutas. Há ainda camarões e anéis de lulas fritos, servidos com molhos apropriados, diferentes do de soja, e uns montinhos de espinafres cozidos verdinhos com sementes de sésamo. Há muito mais coisas, que o comboio não pára e nunca se atrasa.
Caso os seus conhecimentos da culinária japonesa ultrapassem o trivial, sempre pode desafiar os cozinheiros, que estão ali à mão de semear, a satisfazer-lhe os caprichos. Eles, além de competentes e trabalhadores, são simpáticos. Uma vez por outra, mestre Takashi Yoshitake desce até à cave, para dar uma vista de olhos. Sempre a sorrir, verifica que os seus discípulos um dia também se tornarão mestres. É claro que o Aya Bistrôt é mais em conta que o restaurante Aya e, pela decoração, com imagens da banda desenhada japonesa ("manga"), percebe-se que foi pensado para uma clientela mais jovem e menos abonada. O que está bem.
No plano da qualidade não há diferenças notórias. São ambos muito bons. Quanto a bebidas, além do chá, há cerveja portuguesa, cerveja japonesa e umas garrafinhas de vinho Serradayres, filho único, o que, mesmo atendendo à informalidade do lugar, me parece de menos. Há, evidentemente, "saqué", o vinho de arroz japonês, uma curiosidade que nunca me preenche a necessidade de acompanhamento da refeição por um vinho, um branco, de que o paradigma pode ser o João Pires ou outro de carácter igualmente frutado e de final que não seja muito seco. O Aya Bistrôt tem também um balcão que aceita encomendas para quem queira levar comida para casa.
Para outra ocasião ficarão os "bento", outra novidade deste Aya Bistrôt, que, segundo um texto de promoção, são "seculares no Japão, mas pouco conhecidos no estrangeiro". Apresentados como a "versão japonesa de um "lunch" embalado, mas mantendo a alimentação tradicional e equilibrada, nunca esquecendo a importância do valor estético. Também os "bento" tiveram que sofrer algumas alterações, antes eram apresentados em caixas de bambu, agora são utilizados materiais homologados que mantêm os alimentos quentes ou frios e em boas condições. O "bento" é uma refeição dividida em duas ou três divisões, um "bento" bem balançado deve conter de um lado o arroz, do outro os vegetais, a carne ou o peixe mas nunca esquecendo a estética. Por isso, o "bento" é uma caixa de surpresas"."
LOCAL: Lisboa, R. Campolide, 351 - Galerias Twin Towers Loja 0-13
HORARIOS: Todos os dias das 12h às 15h e das 19h às 22h30
PREÇO MÉDIO: Por tantos pratos servidos: cor-de-rosa (1€), azuis (2€), vermelhos (2,50€), pretos (3€) e castanhos (3,50€).
TRANSPORTES: Metro: Sete Rios. Carris: 58.
COZINHA: Japonesa
Guia do Lazer,
http://lazer.publico.clix.pt/artigo.asp?id=143223
p.s. a este novo, nunca fui mas posso dar a certeza que o Aya é o melhor restaurante de comida japonesa! o único defeito é mesmo o preço que pedem no fim... mas visto que arranjaram uma opção para "gente mais jovem e menos endinheirada" (NÓS!!!), parece-me um óptimo local para fazer o próximo jantar japonês... alguém quer vir? ;)

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2 Comments:

Anonymous Anónimo tem a dizer o seguinte...

Olá Amiga! Temos que ir lá um dia destes...
Era só pra te dar um beijinho, e pra ficares a saber que vou passando por cá. Até breve!

11:33 da tarde  
Blogger Floppy tem a dizer o seguinte...

:) vamos lá, quando quiseres!!! beijinhos e um bom dia para ti

9:18 da manhã  

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