quarta-feira, janeiro 18, 2006

Um dos maiores produtores europeus em maus lençóis...

Paulo Branco vende cinema português à PT
- Empresa de telecomunicações fica com os direitos integrais de 100 filmes -
"A PT Multimédia (PTM) comprou o catálogo de filmes portugueses do maior produtor de cinema nacional, Paulo Branco, por seis milhões de euros. A empresa de telecomunicações é agora a detentora dos direitos integrais de produtor de cerca de uma centena de filmes de realizadores como Manoel de Oliveira, João César Monteiro ou Fernando Lopes, entre outros - ou seja, pode explorar comercialmente esses títulos, quer através da sua reprodução em DVD ou noutros suportes, quer através da sua exibição (na TV Cabo, que é controlada pela PT Multimédia) ou licenciamento televisivo.
O PÚBLICO sabe ainda que a PTM pretende pagar a Paulo Branco à medida que os respectivos direitos dos filmes forem sendo libertados, uma vez que há películas que estão penhoradas. O acordo prevê o pagamento de seis milhões de euros, pórem o último milhão será pago apenas quando todos os direitos dos filmes já estiverem nas mãos da empresa. Um dos passos mais complexos do negócio foi acordar o valor do património de Paulo Branco, composto por 120 filmes.
O negócio foi concluído no final de 2005, confirmou ontem ao PÚBLICO Antunes João, administrador da Lusomundo. Paulo Branco não se pronuncia sobre o assunto.
Segundo Antunes João, o patrão da Madragoa Filmes terá apresentado a proposta à PTM em Julho do ano passado - embora desde 2001 a PTM tenha vindo a ponderar a compra do catálogo. "Não é segredo para ninguém que algumas questões financeiras da Madragoa é que conduziram a isto", afirma, referindo-se às dificuldades económicas do grupo de Paulo Branco. "Esta operação poderá permitir à Madragoa Filmes regressar à produção, numa altura em que estava a chegar a uma situação de paragem", acrescenta.
O semanário Independente noticiava na sexta-feira que o valor do negócio seria descontado aos 25 milhões de euros prometidos pela PTM ao Fundo para o Fomento e Desenvolvimento do Cinema e do Audiovisual (uma herança do Ministério da Cultura de Pedro Roseta, que irá gerir o financiamento do cinema e da produção televisiva). Fonte da PTM confirmou ontem ao PÚBLICO que a intenção é, de facto, subtrair o montante pago pelo catálogo de Paulo Branco aos 25 milhões de euros destinados ao Fundo do Cinema e do Audiovisual (cinco milhões por ano, durante cinco anos). Contudo, tanto o presidente do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM), José Pedro Ribeiro, como Antunes João, da Lusomundo, negam qualquer relação entre os dois investimentos. "Não tem nada a ver", diz o administrador da Lusomundo. "Não há negócio nenhum que possa pôr em causa a redução da participação da PT no fundo", garante o responsável do ICAM.
O Ministério da Cultura diz que tem acompanhado o processo, "sem qualquer intervenção directa", nas palavras da assessora de imprensa Maria do Céu Novais, e congratula-se pela "salvaguarda de um património fílmico, que ficará em Portugal". Antunes João diz que "havia negociações em curso" para uma eventual venda do catálogo de Branco ao estrangeiro. "Permitimos que isto ficasse cá por dentro", conclui."
CineCartaz do Público, 17 de Janeiro de 2006
Imagem retirada daqui:

1 Comments:

Blogger arte-i-factos tem a dizer o seguinte...

que ao menos a PTM faça uma excelente divulgação do cinema português, lá fora como cá dentro.

2:48 da tarde  

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