terça-feira, julho 18, 2006

Sugestões para hoje...

Instalação: Segunda Luzboa – Bienal internacional
Lisboa à noite com mais luz e outra cor
“‘Cavalo de Tróia’, de Bruno Peinado, iluminará o Largo S. Carlos
A luz natural e a iluminação artificial vão transformar diversos espaços emblemáticos da capital em instalações originais de arte urbana, no âmbito da segunda edição da Luzboa – Bienal Internacional da Luz, que vai decorrer de 21 a 30 de Setembro.

No evento vão ser propostas 15 intervenções da autoria de artistas oriundos de dez países, entre os quais Portugal, Bélgica, Equador, Espanha, França, Estados Unidos e República Checa.

Trazer arte contemporânea para a rua, celebrar o carácter da noite lisboeta, promover a imagem da cidade a nível nacional e internacional e desenvolver um evento único e original são os objectivos da Luzboa, que pretende ainda convidar as pessoas à redescobrirem estes bairros com outra luz, conforme revelou o director-geral, Mário Caeiro.

No âmbito da Bienal será criado um percurso nocturno, com três circuitos delimitados com ruas transfiguradas pela cor.

O circuito vermelho (Lisboa Aristocrática) vai do Príncipe Real ao Largo de Camões; o verde (Lisboa Pombalina) do Chiado a Santa Justa, e o azul (Lisboa Antiga) da Rua da Madalena ao Largo de Sto. António à Sé.

Todos os dias das 20h00 às 24h00 as instalações vão transformar a iluminação pública destes bairros característicos da cidade, concedendo-lhes mais animação.

De acordo com o coordenador da Bienal, Samuel Roda Fernandes, as intervenções, que “servem para comunicar os percursos e proporcionar momentos especiais”, foram “feitas especificamente para o espaço onde vão ficar expostas”.

Visitas guiadas para todos os públicos, animação de rua e conferências são outras iniciativas incluídas no evento, no âmbito do qual será ainda atribuído o Prémio Luzboa-Schréder, a uma personalidade cuja carreira profissional tenha contribuído para a cultura da luz.

Na primeira edição, realizada em 2004, a Luzboa foi vista por mais de 250 mil pessoas. E a deste ano promete ser “mais impactante”, garantiu Mário Caeiro.

A Bienal (www.luzboa.com ) é organizada pela Extramuros (associação cultural para a cidade), com o apoio da autarquia lisboeta, Fundação EDP e Embaixada de França.”
Jogos de sedução e máscaras no território de todas as trocas
“Cinco personagens encontram no sexo, nas compras, nas drogas e em tudo o que possa ser objecto duma transacção, o meio de sobrevivência num universo onde a fé na condição humana se extinguiu, não sendo mais do que uma mera memória de um passado longínquo. É este o mote para a peça Shopping and Fucking, de Mark Ravenhill, que estreia hoje na Casa d'Os dias da Água. Uma produção da Metamorfose Total, encenada por Carlos Afonso Pereira.

O triângulo amoroso entre dois homens - Robbie (Miguel Moreira) e Mark (Carlos Vieira) - e uma mulher - Lulu(Anabela Brígida) - é o ponto de partida desta obra em que os laços pessoais se equiparam a relações comerciais, onde os afectos mais não são do que mercadorias de compra e venda e o Homem o derradeiro produto da globalização. O consumo desenfreado é o analgésico para a solidão e fragilidade humanas.

Para o encenador, também ele intérprete na peça (no papel de Brian, que obriga as personagens a entrar no jogo, prometendo a "salvação"), Shopping e Fucking consiste num jogo de manipulação constante entre as personagens, que impulsionadas pela sua natureza aditiva buscam nas pessoas que as rodeiam um negócio e uma tentativa de preenchimento dos seus nichos de dependência, num mundo onde tudo e todos têm um preço. No desespero desta procura incessante pelo dinheiro e pela felicidade, o triângulo desfaz-se. Mark apaixona-se por Gary, um jovem prostituto, interpretado por Romeu Costa, que preserva a "pureza" proveniente da memória da infância. Porém, sem nunca satisfazerem o vazio que as consome, as personagens regressam ao ponto de partida.

A presença de todas as personagens que, mesmo não estando em cena, observam a acção, evidencia o intuito do encenador de diluir a fronteira entre espectador e actor e de explorar os limites da manipulação. "Ao longo da peça, está sempre presente um elemento de voyeurismo, tal como na nossa vida quotidiana, onde tudo parece ser valorizado em função do que é visto. A imagem é quase tudo nos nossos dias, mas há mais para além disso." Manipuladas pelo que advém do exterior, as personagens circulam num cenário de ostentação senhorial, envergando máscaras que brilham, mas que uma vez retiradas expõem rostos desfigurados. A troca de identidades desvenda o "cúmulo da manipulação" da nossa sociedade contemporânea - "quando, num contexto social, somos convocados a fazer múltiplas pessoas, por questões de dinheiro".

Ao contrário do que o título parece sugerir, Shopping and Fucking pretende provocar, através da ironia e crueza do texto, o choque e uma reflexão sobre as convenções humanas, sociais e políticas.”
Refilon
Ondajazz
Às 23h
Entrada 3€
“Refilon, o reflexo da génese multicultural do Cabo-verdiano da nova geração Da necessidade de comunicar musicalmente nasceu o projecto Refilon, utilizando para isso uma linguagem assente na cultura e nos ritmos Cabo-verdianos. Uma nova aposta no sentido de valorizar e expandir a música de raiz tradicional e em fusão com todo o conjunto de experiências, emoções e influências. O grupo aposta nas sonoridades afro, nos jogos rítmicos do jazz e nas ambiências do blues. Fluindo nestes argumentos musicais, jogam entre si três guitarras acústicas, outras tantas vozes (às vezes quatro…cinco), um baixo, bateria e percussão, trazendo à tona um repertório de originais. “
Ondajazz
Arco de Jesus, nº7 – Alfama (junto ao Campo das Cebolas)
Cinema Uma mulher para dois
“E para nenhum deles. Bertrand Blier (que gosta de ménages) decide provocar como sempre indignação, mas desta em jeito de graça. Libertadora e libertina. Uma mulher deprimida é pomposamente presenteada com um amante pelo próprio marido, que parte assim em busca do sorriso perdido. Ou não fosse o Depardieu. Mas nem assim. Parece estar mesmo fechado numa arca… até que marido e amante a levam imagine-se para onde… para um campo de férias de jovens! Eis que, imagine-se outra vez, quem lhe desenha o tal que todos buscam, é um rico pequeno de 13 anos… Vera Morgado
ONDE: Cinemateca. Rua Barata Salgueiro, 39. Tel.:213596266
QUANDO: 18 de Junho às 15:30
QUANTO: 2,5€”
Ante-estreia
Documentário “Uma vida nova”
Às 21h30
Cinemateca
Palavras do autor:
“Para responder ao teu pedido, vou contar um bocadinho mais sobre o filme. É um documentário sobre os meus pais, que foram viver para a França nos anos 70. Não se conheciam ainda, conheceram-se là. E, este ano, decidiram finalmente regressar para Portugal. Eu e o meu irmão já nos tinhamos mudado para aqui alguns meses para trás, e os meus pais pensaram que era tempo de concretizar este desejo, que sempre tiveram, de regressar.O filme é sobre este dois períodos: a ida para Frana há trinta anos (contada por eles) e o regresso hoje. É o meu primeiro filme, e já percebeste que é um filme muito importante para mim. Muito íntimo. Útil não só a um nível sociológico mais pessoal, porque permitiu um diálogo filho/pais que nem sempre existe (desta maneira pelo menos).”
Mais informações (Trailer, sinopse, fotos, etc):
Calouste Gulbenkian comemora cinquentenário
“No dia 18 de Julho, a Fundação Calouste Gulbenkian comemora o seu cinquentenário. O programa comemorativo, que decorre até 2007, inclui uma série de espectáculos, exposições, conferências internacionais, um fórum cultural e um ciclo de cinema.
A assinalar o dia oficial do aniversário da aprovação dos estatutos da Fundação vão ter lugar um Concerto de Gala com o Coro e Orquestra Gulbenkian e a inauguração de três exposições: "O Gosto do Coleccionador"; "A Arte do Livro na Colecção Calouste Gulbenkian" e "Craigie Horsfield". "O Gosto do Coleccionador", para ver na Galeria de Exposições Temporárias da Sede, é uma exposição evocativa do perfil de Calouste Gulbenkian como coleccionador de peças de arte, através da apresentação de obras que adquiriu e de testemunhos e documentários inéditos que ajudarão a compreender o gosto eclético e as exigências de qualidade do Fundador.
"A Arte do Livro na Colecção Calouste Gulbenkian", exposição que integra cem livros orientais e europeus da Colecção Calouste Gulbenkian e que será previamente apresentada em Istambul, terra natal do Fundador, vai estar na Sala de Exposição Temporária do Museu Calouste Gulbenkian."Craigie Horsfield", apresentada pelo Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão em colaboração com a Galeria Nacional "Jeu de Paume" (Paris), é uma exposição que exibe a obra do fotógrafo inglês que se tornou uma referência da reflexão sobre a representação na arte contemporânea.
Um dos eixos fundamentais do programa de comemorações assenta na realização do Projecto "O Estado do Mundo", um fórum cultural interdisciplinar que envolve curadores internacionais e que contempla eventos em várias áreas culturais e artísticas, desde conferências a publicação de livros, incluindo mostras, espectáculos, workshops, concertos e um ciclo de cinema.
Mais informação: www.gulbenkian.pt/main.asp
Teatro Jacques e o seu amo
“Quando Kundera escreveu esta peça estava profundamente embebido do humor e da ironia de “Jacques, o Fatalista” de Diderot, que o deslumbrou com a junção inteligente da reflexão e da anedota. No entanto não é uma adaptação. É, como o próprio wunder Kunder diz, uma variação sobre Diderot, ou uma homenagem ao romance. Uma variação-homenagem ou uma homenagem à técnica das variações. Assente na viagem para lugar nenhum de Jacques e do seu amo ou da ida para um sítio que não volta, a piada da paz está na lucidez com que se vê o que parte, sem se deixar partir e deixar-se rir durante e no final. E finalmente. Porque tudo se resume a isso. A ir.Vera Morgado
ONDE: Sala Estúdio Teatro da Trindade. Largo da Trindade, 7 A
QUANDO: 4ª a sáb. às 22h00
QUANTO: 8€ (sujeitos a descontos)"
LeCool