terça-feira, outubro 31, 2006

Sugestão para matar o desejo...

... sim, eu sei que é caro mas como me apetecia dar numa de gourmet rica, aqui fica a sugestão :)
Pragma Fausto Airoldi - Casino Lisboa
"Os lisboetas já o conhecem dos anos em que esteve à frente da cozinha do Bica do Sapato. Mas Fausto Airoldi mudou-se de “armas e bagagens” para os três novos espaços de restauração que dirige no Casino Lisboa.

É, porém, no Pragma, restaurante que leva a sua assinatura, que o chefe mostra mais o seu talento e criatividade. Esta sim, é a sua casa.

A verdade da “matéria-prima”

Tem nome grego, que significa “coisa” ou “matéria”, querendo representar o extremo cuidado na utilização dos melhores produtos para a confecção dos pratos. Mas apesar da origem da denominação, o Pragma é um restaurante gourmet, do mundo, que se pretende afirmar para além dos frequentadores restritos do casino (os jogadores e os que vão aos espectáculos), procurando fazer “casa própria”.

Com o devido respeito a quem comanda a cozinha, o primeiro sentido a ser apurado neste Pragma é o da visão. Ao centro, o bar, sobre o qual pende um enorme e original lustre. Da autoria do designer português Leo Marote, funciona como peça-emblema deste espaço.

É, aliás, da sua responsabilidade toda a decoração de interiores que prima por uma estética contemporânea. As finas cortinas filtram o brilho do casino e abrem-se automaticamente quando há animação. Mas se o assunto é recato e descrição, é também ao Pragma que deve vir. Não por acaso, este é o único espaço de restauração do casino... com porta. Os outros, também geridos pela Evolução Gastronómica, funcionam em open space.

Gerido pela empresa “Evolução Gastronómica”, os seus responsáveis não se pouparam a esforços para trazer qualidade ao Pragma. Loiças Rosenthal, talheres WMF e copos Schmidt. Cadeiras swan pretas do arquitecto/designer dinamarquês Arne Jacobsen, desenhadas nos anos 50 do século passado para o Hotel Real, em Copenhaga, recebem os visitantes para um aperitivo, antes de se sentarem à mesa.

Texturas e paladares

Se ao início a exclusividade dos pratos ia para os menus de degustação, agora também há a possibilidade de jantar à carta. Continuam, no entanto, os primeiros a funcionar como especialidade.

A ementa sugere menus de degustação de 5 (€60), 7 (€75) e 9 (€85) pratos, com entradas e restantes sugestões na quantidade certa para que se consiga chegar às sobremesas, também incluídas.

A filosofia de Fausto Airoldi para este Pragma assenta em três conceitos-base. Se da “memória” surgem pratos com sabores da tradição, os “clássicos” são receitas da sua carreira, mas reinterpretadas. Quanto aos “ensaios”, estes afiguram-se como novas experiências e técnicas que se podem vir a tornar, quem sabe, em clássicos. O tempo o dirá.

Se a Vieira salteada com risotto de baunilha e morangos, (entrada quente “clássico”) é de parte incerta, o mesmo não se poderá dizer do Gaspacho sólido com picadinho algarvio gelatinado, sorbet de pepino, poejos e polvinhos grelhados com piso de abóbora assada (entrada fria “memória”), um sabor bem português.

Mas o banquete iniciara-se com um Bombom de foie gras envolvido em chocolate com redução em vinho do Porto, evidenciando-se perfeitamente todos os sabores e, por um “ensaio”: Tataki de bisonte com piso de wasabi, basílico e lima, e puré de aipo bolbo.

Depois de provados os primeiros pratos, percebe-se que existe uma preocupação pelos sabores originais combinados com o talento do chefe. Reconhecem-se gostos familiares e paladares mais difíceis de descobrir. Mas a ementa explica tudo.

Seguem-se então os pratos principais onde, para um menu de sete pratos, há que escolher o prato de carne (ou aves) e de peixe (ou marisco). Carabineiro grelhado com linguini gelificado de crustáceos percebes suados foi um "ensaio" aprovado ao qual se seguiu uma “memória”, o Pato com laranja sobre cenoura confitada e guisado de pato do Logradão com soufflé de aipo com redução de tangerina.

Já a anunciar o fim, dois “ensaios”. O queijo de ovelha bio amanteigado da Herdade dos Esquerdos com chips de beterraba e sua compota e telha de nozes ao qual se seguiu uma sobremesa fria, o Entremeio de banana e citrinos, granizado de cacau e Cointreau, gelatina de hortelã pimenta e keffir pingado. Esta sim, deixou na boca um doce prazer.

In vino veritas

O acompanhamento é digno quanto a bebidas. O jovem enólogo António Maçanita tratou do casamento feliz entre a comida e a bebida. A combinar com os diversos menus de degustação, são sugeridos outros dois menus de 4 e 6 vinhos, pensados para entrar em cena no momento certo entre cada prato.

De resto, a carta que é um mundo, tem cerca de 250 referências, com preços para todas as bolsas e para todas as ocasiões. Está organizada por castas, sobressaindo ainda a região.

É logo na sala, num canto ao fundo, que se percebe o cuidado dispensado a esta parte da refeição, quando nos deparamos com a garrafeira transparente que deixa perceber alguns rótulos sonantes. Uma imensidão de nacionalidades estão dispostas nas prateleiras. Na fotografia, Nuno Faria, da Evolução Gastronómica, apresenta um dos vinhos.

A novidade do vinho a copo é bem aceite, num restaurante deste tipo. E há exemplos para todas as categorias, desde champanhes e espumantes, a brancos e tintos e aperitivos.

Com um preço médio que facilmente ultrapassa os 75 euros se acompanhar a refeição com água, é uma experiência que não será para todas as bolsas mas que tem o justo valor pela qualidade que apresenta.

Restaurante Pragma Fausto Airoldi
Telefone: 218929040"
LifeCooler

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segunda-feira, outubro 30, 2006

E ainda em relação ao DocLisboa...

... fiquei contente porque ganhou um dos documentários que gostei mais, o "Pintura habitada" :) apesar de as cópias da videoteca estarem estragadas e não ter conseguido ver até ao fim... também gostei muito do "Cartas a uma ditadura" porque é uma parte da nossa história ainda muito mal contada, com muito por saber e descobrir. Não consegui ver o"Ears, Open, Eyeballs, Click" mas disseram que não era nada de especial e fiquei com pena de não ver o "Onze Burros Caem de Estômago Vazio" e o "Tierra Negra".
DocLisboa: Joana Ascensão ganha competição nacional com Pintura Habitada
"O DocLisboa, Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa, anunciou ontem os prémios da quarta edição, que acaba hoje, na Culturgest, em Lisboa. Pintura Habitada, de Joana Ascensão, foi considerado o melhor documentário português de longa-metragem, e Onze Burros Caem de Estômago Vazio, de Tiago Pereira, recebeu o prémio de curta-metragem.
O primeiro é um documentário sobre o trabalho da artista plástica Helena Almeida, o segundo um retrato dos hábitos de vida do norte do país, a partir da relação que as pessoas estabelecem com os animais.
Cartas a uma Ditadura, de Inês de Medeiros, recebeu o prémio de distribuição, e o de primeira obra documental foi para Canaan Brumley (Ears, Open, Eyeballs, Click).
Tierra Negra, do espanhol Ricardo Íscar Alvarez, um filme que lança um olhar à vida em comunidade a partir do vale mineiro de Lumajo (melhor longa-metragem, 7000 euros), dividiu com Un Pont sur la Drina, de Xavier Lukomski (melhor curta-metragem, 3000 euros), os louros da competição internacional.
Segundo o relatório da organização, o DocLisboa teve uma taxa de ocupação média de 80 por cento. As mais de 85 obras que propôs desde o dia 20, levaram ao longo da semana mais de 20 mil espectadores à Culturgest."
Público

Uma nota gastronómica...

... depois de uma semana intensa de DocLisboa, sem tempo para cozinhar nem para tratar da horta, aqui fica a ementa de um jantar de amigos de 6ª feira :)
Num tabuleiro de ir ao forno, colocar 8 tostas redondas. Cortar tomates maduros, mas rijos, em fatias e colocar em cima das tostas. De seguida, cortar queijo mozzarella fresco em fatias e dispô-las em cima do tomate. Temperar com um fio de azeite e oregãos. Levar ao forno apenas para tostar uns minutinhos e está pronto a servir.
“1/2 kg de batata médias, 2 colheres de sopa de azeite, 1 cebola média picada em pedaços pequenos, 2 dentes de alho amassados, 1 litro de caldo de galinha sem gordura, folhas de 1/2 maço pequeno de manjericão, sal e pimenta-do-reino a gosto

Descasque as batatas e rale na parte grossa do ralador, aparando numa tigela com água gelada. Reserve. Coloque numa panela o azeite, a cebola e o alho, leve ao lume e refogue até a cebola ficar macia. Incorpore as batatas escorridas e cozinhe, mexendo de vez em quando, por mais 5 minutos. Junte o caldo de galinha, o sal e a pimenta. Reduza o lume e cozinhe, mexendo de vez em quando, por mais 25 minutos, ou até a sopa encorpar. No final, adicione o manjericão e acerte o sal. Sirva a seguir.

Tempo de preparação: 40 min
Rendimento: 4 porções”

Fonte:
Terra
2 colheres de sopa de azeite, 1 dente de alho picado, 3 cravinhos, 1 pau de canela, 1 copo de arroz basmati, 1 copo de ervilhas, coentros e sal q.b.

“Água, sal, arroz, ervilhas, com ou sem cebola, com ou sem mais duas ou três coisas, e não passa disto. Se as ervilhas forem muito boas até fica bom, etc.

Pois desta vez comi (fiz) o melhor arroz de ervilhas de sempre, o pulau de ervilhas, conforme a receita do Nigel Slater no seu livro, THE KITCHEN DIARIES

Comecei por deitar 2 colheres de sopa com azeite numa panela pequena, mas de fundo grosso e tampa pesada. Ao azeite juntei um dente de alho bem picado, 3 cravinhos e um pau de canela. Piquei uma cebola, acendi o lume, deixei que o alho começasse a fritar e juntei a cebola. Refoguei a mistura em lume não muito forte durante 5 minutos. Entretanto enchi um copo com arroz basmati. Temperei a cebola com o sal necessário, mexi e juntei o arroz. Envolvi o arroz no refogado, pouco depois juntei 1 copo de água fria ( UM COPO, não são DOIS ), dei uma derradeira mexidela e esperei que a água entrasse em fervura ligeira. Então, juntei um copo cheio de ervilhas (usei das congeladas e apesar disso ficou bom ), tapei a panela, olhei para o relógio e esperei 10 minutos. Passado este tempo e sem ter voltado a mexer na tampa, apaguei o lume e esperei mais 10 minutos. Entretanto, como gosto muito de coentros, lavei e piquei umas folhitas para juntar depois.
Passados os 10 minutos, destapei com receio, mas encontrei tudo em ordem, seco mas não queimado. Bem cozido. Com um aroma fantástico. Perfeito.
Tirei o pau de canela, pesquei os cravinhos e juntei os coentros picados. Mexi e servi.

A prova dos 9 foi o comentário da minha filha, que gostou muito e depois pediu para repetir.

Se a panela não tiver tampa pesada e que encaixe bem, então é melhor embrulhar a tampa num pano, encaixá-la e usar um peso por cima, para evitar ao máximo a saída do vapor de água.”

Fonte:

Bolo de chocolate e queijo mascarpone

“200 g de chocolate (tablete); 5 ovos; 1 embalagem de queijo mascarpone; 50 g de manteiga sem sal; 200 g de açúcar; 100 g de farinha

Derreter a manteiga com o chocolate em banho-maria. Bater os ovos com o açúcar. Junte o chocolate derretido às gemas e adicione o queijo mascarpone. Junte por fim a farinha e leve ao forno durante 40 minutos.”
Fonte:
Cozinheira Lola
Ainda fiz uma entrada de salmão fumado com pimenta e limão e umas batatinhas no forno. Este último fiz para um lanchinho de Domingo... apesar de todo desmanchado, acho que ficou bom!
“2 copos de açúcar (320 g), 1 1/2 copo de água, 150 g de amêndoas sem pele, moídas, 100 g de manteiga sem sal, 12 gemas, 1 ovo, fios de ovos, cerejas em calda

Ferva o açúcar com a água. Junte as amêndoas e a manteiga e deixe esfriar;
Acrescente as gemas e o ovo passados pela peneira e misture bem;
Coloque numa forma untada. Asse em forno pré aquecido, em banho-maria;
Retire do forno, deixe esfriar e desenforme. Decore com fios de ovos e cerejas em calda.”
Fonte:
Culinaria

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sexta-feira, outubro 20, 2006

Recebi este email que me pôs assim, a sonhar...


"Ver, sentir, escutar, pensar e discutir o cinema, é o propósito ao qual o Núcleo de Programação Cinematográfica se propõe alcançar, ao avançar para um projecto de programação contínua em colaboração com a Mediateca da F.C.S.H.
Após quatro anos de funcionamento activo, nos quais, em colaboração com o realizador João Mário Grilo, seus discentes, e variados colaboradores como Alberto Seixas Santos, Pedro Costa, Paulo Filipe Monteiro, José Manuel Costa, Margarida Gil, entre outros, foram realizados quatro grandes ciclos. Três ciclos de autor (Buster Keaton, Yasujiro Ozu e Westerns de John Ford), e um ciclo temático (Sonhos e Visões), assim como variadas mostras e outros ciclos.
O núcleo vai agora apostar na criação de uma proposta de programação alternativa contínua, querendo assim dar visibilidade a uma cinematografia excluída do circuito comercial vigente.
Temos como objectivo proporcionar a um público cinéfilo - cada vez mais exigente e participativo - a possibilidade de tomar contacto com obras que desenvolvam o seu gosto pela cultura cinematográfica. É objectivo desta iniciativa fomentar a formação, a troca de opiniões e visões conscientes da criação cinematográfica e dos seus aspectos teóricos, estéticos e técnicos.
Vimos então por este meio solicitar a todos os amantes da sétima arte que se juntem a nós neste projecto, que passa pela tentativa de expôr não só cinema, mas outros cinemas, documentários, vídeo-arte, e cinema experimental, apostando sempre numa programação cuidada e criteriosa.
Solicitamos então a todos os interessados que enviem o seu contacto para npci@fcsh.unl.pt para efeitos de agendamento de uma reunião.
Com os melhores cumprimentos,

Núcleo de Programação Cinematográfica
site: http://nucleodeprogramacaocinematografica.blogspot.com/
email: npci@fcsh.unl.pt "

quinta-feira, outubro 19, 2006

Sugestão para matar o desejo...

REABERTURA São Luiz Café
"O Teatro São Luiz, em Lisboa, abriu recentemente um novo espaço: o São Luiz Café. Uma das novidades é a zona Lounge, a qual permite a leitura de revistas e jornais em confortáveis poltronas. Mas não só. Também há descontos especiais para os espectadores, mediante a apresentação do bilhete, onde o cliente beneficia de um desconto de 10 por cento no jantar ou na ceia. A ementa é variada, constituída por pratos do dia, saladas, tapas, tostas e menus especiais, criados de acordo com a programação do Teatro. Aberto de 2ª a 5ª feira das 12 às 01 horas, e 6ª e Sábado das 12 às 02 horas."

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Uma nota gastronómica...

... o nosso jantar de ontem :) gostei principalmente dos legumes no forno! Agora, fiquei com vontade de experimentar as variações possíveis...
Berinjela ao forno
"200ml de leite de côco, 2 tomates cortados em fatias, 2-3 beringelas com casca cortadas em fatias na longitudinal, 1 cebola grande cortada em fatias, azeite, sal e orégãos a gosto

Regue um tabuleiro com um pouco de azeite, distribua uma camada da beringela, uma camada de tomates, e uma de cebola. Coloque o sal, acrescente um pouco de azeite e salpique orégãos. Repita as camadas até terminar os ingredientes, sempre temperando. Por último regue com o leite de côco, cubra o tabuleiro com papel alumínio e leve a forno médio por aproximadamente 30 minutos.

Dica:
Substitua a beringela por courgette, acrescente pimento ou até maçã ou banana.
Coloque um pouco de mozzarela por cima para gratinar no final.

Rendimento: 8 porções"
"2 chávenas de pão ralado, 2 colheres de sopa de salsinha picadinha, 2 colheres de sopa de manjericão rasgado em pedaços pequenos, 1 colher de chá de raspa de limão, 4 mozzarelas de búfala rasgadas em pedaços, farinha de trio temperada, 1 ovo batido levemente

Coloque o pão ralado num prato fundo, jogue a salsinha picada, manjericão, raspa de limão, sal e pimenta do reino moída na hora. Misture tudo. Coloque a farinha de trigo num outro prato. Pegue nos pedaços de mozzarela e passe-os na farinha de trigo primeiro, retirando o excesso. Pincele com o ovo batido e passe na mistura de pão ralado, revestindo bem os pedaços de mozzarela. Coloque 1 cm de óleo na panela e frite em lume médio.

DICAS:

Substituir a fritura por levar ao forno. É necessário virar a metade do tempo para que os dois lados fiquem igualmente dourados. À medida que for preparando os pedaços de mozzarela, coloque-os numa forma de levar ao forno. Quando todos ficarem prontos ponha a forma no frigorífico por uns 20 minutos.

Outra alteração é usar mostarda de Dijon em vez do ovo batido. Dá-se uma pincelada na mozzarela depois de passar na farinha de trigo e antes de passar na pão ralado."

Trem bom

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segunda-feira, outubro 16, 2006

Ciência na cozinha faz gelatina quente e sopa crocante...

"Gelatina quente, sopa de peixe em bolinhas crocantes ou gelado que solta fumo são algumas das criações culinárias que resultam da união entre cientistas e chefes de cozinha, um fenómeno crescente que dá os primeiros passos em Portugal. A gastronomia molecular é um ramo da ciência dos alimentos nascido há cerca de 20 anos e que se centra nos fenómenos físicos e químicos que ocorrem quando se está a cozinhar.

Os conhecimentos produzidos por esta ciência começaram entretanto a ser utilizados por alguns chefes de cozinha, dando origem a um novo tipo de culinária "fantástica" que tem cada vez mais adeptos na Europa, explicou à Agência Lusa Margarida Guerreiro, investigadora nesta área. "A gastronomia molecular tem a ver com a compreensão do que ocorre com os alimentos quando se cozinha" e a partir daí encontrar as respostas para questões do dia-a-dia como qual a temperatura a que a carne deve ser exposta para ficar macia e suculenta, como conseguir um soufflé bem apurado ou umas volumosas claras em castelo. "É que no fundo cozinhar é fazer química e a cozinha é um laboratório que todos temos nas nossas casas", explicou aquela investigadora do departamento de Botânica e Engenharia Biológica do Instituto Superior de Agronomia (ISA). Ou seja, quando se aquece os alimentos (ao lume por exemplo) actua-se ao nível das moléculas, aumentando a sua velocidade e obrigando-as a colidir umas com as outras.
Alteração da estrutura molecular
Estes choques alteram a estrutura molecular, criando novas moléculas e mudando a cor, o sabor e a textura dos alimentos, explicou Margarida Guerreiro, acrescentando que a gastronomia molecular ensina a descobrir os porquês dos truques culinários. Foi precisamente por isso que alguns dos melhores chefes de cozinha se começaram a interessar por este ramo da ciência e por uma série de equipamentos usados nos laboratórios de investigação, como agitadores magnéticos, medidores de PH e aparelhos que permitem fazer um banho-maria exactamente à temperatura que se quer. Além disso, a par dos ingredientes tradicionais, os novos chefes de cozinha começam a usar aditivos alimentares, inofensivos para a saúde, como os alginatos, o agar-agar ou o azoto líquido. O agar-agar é um espessante extraído de algas marinhas e que permite fazer "uma óptima gelatina, mas quente", da mesma forma que o azoto liquido (usado em laboratório para congelação imediata) é agora utilizado nalguns restaurantes para fazer "espumas espectaculares" ou gelados do sabor que o cliente quiser, no momento e à sua vista. A investigadora adianta que esta forma de confeccionar um gelado é "muito espectacular porque deita uma grande fumarada". Um outro exemplo de aplicação dos conhecimentos da gastronomia molecular à cozinha foi um prato confeccionado por esta investigadora mais quatro colegas e com o qual ganharam este ano o primeiro prémio do I Encontro Ciências & Cozinha, que decorreu em Paris.
Bolinhas de sopa de peixe
Tratou-se de uma "sopa de peixe" constituída por umas bolinhas, que na boca se partiam e deixavam sair a sopa líquida, sobre algas com sabor a amêijoas à Bulhão Pato. Para o revestimento das bolinhas de sopa foi usado um alginato, produto extraído de algas que solidifica na presença de cálcio, e para fazer as algas foi usado o molho das amêijoas, com espinafres para dar a cor verde, e agar-agar para dar a forma e a consistência gelatinosa das algas. Os conhecimentos científicos proporcionam assim novas técnicas culinárias, permitindo não só antever o comportamento dos alimentos, mas também conhecer as afinidades entre eles. Margarida Guerreiro contou, a propósito, como um chefe de cozinha achou certa vez que o chocolate branco ligava bem com o caviar e como, depois de feitas as devidas experiências, concluiu que do ponto de vista químico estes alimentos tinham muitas afinidades. A união de contrários - sabores e texturas- é outra das experiências qu e estão a ser utilizadas por grandes chefes de cozinha e que têm tido resultados muito positivos. Um "morgado de figo com espuma de laranja" que a investigadora comeu no Algarve é um bom exemplo disso: come-se uma "coisa pesada e muito doce acompanh ada de outra extremamente leve e que desenjoa". Para a investigadora, a união entre a ciência e a culinária é um casamento perfeito, pois da mesma forma que um músico criativo e com conhecimentos aprofundados de música pode compor obras magnificas, também um bom chefe de cozinha com criatividade e conhecimentos científicos sobre os alimentos pode criar pratos únicos, artísticos e saborosos.
Pratos mirabolantes
"Quando eu vou a um restaurante desses, não estou preocupada em matar a fome ou saber se o prato é nutritivo. Eu quero é ser surpreendida, ver um espectáculo, tal como quando vou a uma exposição ou a um cinema", disse. Estes pratos mirabolantes são já confeccionados em vários restaurantes de países com grande tradição gastronómica como França e Itália, mas também em E spanha, Inglaterra, Argentina e até em Portugal, onde este fenómeno começa a dar os seus primeiros passos. Quinta do Catralves, Hotel da Lapa, ou 100 Maneiras são alguns dos restaurantes portugueses onde se pode provar as especialidades gastronómicas que juntam sinergias culinárias e científicas. Dos laboratórios para os restaurantes, e dos restaurantes para a universidade: este é o caminho traçado pelos novos chefes de culinária, tão ávidos de conhecer mais sobre gastronomia molecular que foram quase exclusivamente os únic os alunos presentes nas duas acções de formação promovidas pelo ISA."
Ciência Hoje

sexta-feira, outubro 13, 2006

Eu gostava de participar mas...

... com uma horta tão pequenina, até é ridiculo... Mas já pedi mais informações :)
Semana Bio – Semana Nacional da Agricultura Biológica
A INTERBIO está organizar uma semana dedicada aos consumidores, para dar a conhecer, debater, mostrar, comparar e provar produtos de Agricultura Biológica. A semana decorrerá entre 18 e 26 de Novembro de 2006 por todo o País, conheça e usufrua!
Há muitas e variadas formas de participar na Semana Bio. A sua iniciativa é muito bem-vinda e vai dar mais força a este grande evento nacional que é a semana bio. Aqui ficam algumas sugestões:

1. Se é produtor, transformador, comerciante ou técnico, a resposta à pergunta é simples: propondo iniciativas.
Qualquer pessoa ligada à Agricultura Biológica pode propor e organizar iniciativas como:
• dias abertos nas quintas
• convidando escolas da sua região a visitá-lo
• visitas aos lagares e à apanha da azeitona
• promovendo o lançamento de novos produtos
• fazendo uma promoção especial dos seus produtos
• organizando uma degustação aberta ao público
• oferecendo produtos para uma escola, uma cantina, uma instituição
• propondo actividades de animação (na quinta, no lagar, na fábrica, na loja etc.) em ligação com artistas ou artesãos locais
• dinamizando um debate, um encontro, uma palestra
• etc. etc. etc. de acordo com a sua iniciativa, a sua imaginação, as suas possibilidades, o seu gosto em participar.
2. Os supermercados ou lojas
Podem participar organizando iniciativas como:
• “ilhas” com produtos de agricultura biológica
• promovendo o lançamento de novos produtos bio
• fazendo uma promoção especial de produtos bio
• organizando uma degustação aberta ao público
• etc. etc. etc. de acordo com a iniciativa de cada um, a imaginação, as possibilidades, o gosto em participar.
3. Os restaurantes, bares, cafés e afins
Podem participar organizando iniciativas como:
• fazendo uma promoção especial de refeições bio ou de alguns produtos bio (por exemplo o pão e o azeite, uma entrada de legumes...)
• lançando um novo prato bio na sua ementa
• dinamizando uma tertúlia, um encontro, uma animação especial
• etc. etc. etc. de acordo com a iniciativa de cada um, a imaginação, as possibilidades, o gosto em participar.
4. As escolas secundárias e primárias, colégios e afins
Podem participar organizando iniciativas como:
• visitas às quintas da vossa região ou de outra que organizam dias abertos (com combinação prévia)
• visitas a lagares de azeite bio
• organizando trabalhos com os alunos ou exposições de trabalhos em torno do conceito bio
• etc. etc. etc. de acordo com a iniciativa de cada um, a imaginação, as possibilidades, o gosto em participar.
5. As escolas superiores e universidades
Podem participar organizando iniciativas como:
• conferências, palestras, debates
• visitas de campo em ligação com uma das explorações da região
• refeições bio nas cantinas ou bares
• exposições de trabalhos sobre a temática bio
• etc. etc. etc. de acordo com a iniciativa de cada um, a imaginação, as possibilidades, o gosto em participar.
6. Os serviços dos Ministérios da Agricultura e do Ambiente, o Instituto do Consumidor, outras instituições públicas
Podem participar organizando iniciativas como:
• organizando visitas a explorações de agricultura biológica nas áreas das respectivas direcções regionais e áreas protegidas
• convidando os operadores da região para uma reunião sobre as perspectivas de desenvolvimento da agricultura biológica, as ajudas previstas no novo QREN, a Estratégia de Desenvolvimento Sustentável, etc.
• convidando o público em geral e os operadores em particular para visitar campos de experimentação em agricultura biológica
• divulgando as iniciativas da semana bio através dos seus serviços
7. As organizações da sociedade civil, associações, estruturas de produção artística, serviços educativos e qualquer cidadão
Podem participar organizando iniciativas como:
• as ong de ambiente, de desenvolvimento local, as cooperativas, as misericórdias, etc. podem propor iniciativas como visitas a quintas, organização de refeições com ingredientes de agricultura biológica para os seus associados, etc.
• qualquer cidadão pode propor iniciativas nas escolas dos seus filhos e nos seus locais de trabalho que poderão ser, por exemplo, organização de visitas a quintas ou de refeições bio
• etc. etc. etc. de acordo com a iniciativa de cada um, a imaginação, as possibilidades, o gosto em participar.
semana bio
Secretariado: Interbio/TerraCulta
Morada: Rua Tomás da Anunciação, 169 – 1º Dto. 1350-326 Lisboa
Tel & Fax: [+351] 213872111

quinta-feira, outubro 12, 2006

Sugestão para matar o desejo...

... fui lá uma vez! Chovia torrencialmente e foi no dia que o Sr. de seu nome Santana Lopes foi demitido :) Fui com os pais, irmão, meu-mais-que-tudo e respectivos pais... sim, foi um jantar de convívio bem familiar! Gostei bastante, só é pena ser um sitio tão barulhento mas vale pela orginalidade dos fondues!
Se quiserem experimentar outro de fondues (carne e marisco), mais simples mas muito bom, vão a Paço de Arcos ao "Marginalissimo" que fica numa perpendicular da Marginal (Rua Costa Pinto, nº84-1º dto / Tel.: 918169718). Já lá fomos várias vezes e saimos sempre contentes e de barriga cheia :)
Novo Altair
"Não se manda ninguém à Cruz Quebrada sem uma boa razão. Por isso aqui fica a boa razão: o Novo Altair. Pode-se elogiar a decoração, o ambiente simpático, intimista sem excesso, ou a simpatia dos empregados. Mas o mais importante é mesmo a lista. Entre tudo o que se pode escolher, o destaque vai para o magnífico, e original, fondue de vinho. Mergulhe-se a carne naquele tacho de vinho a ferver, rebole-se o resultado disso nos molhos, em especial o de alho e o de canela e acompanhe-se com um bom vinho: Ouro de Óbidos dos anos 80, uma raridade. E saia-se muito satisfeito.
Endereço: Rua Sacadura Cabral 54 - Cruz Quebrada - Dafundo
Tel.: 214196251
Fax: 214196251
Horário de Funcionamento: das 19:30 às 02:00.
Dia(s) de Encerramento: Domingos, Segundas
Especialidades
Entradas: Fondue de queijo. Peixe: Fondue de peixe; Fondue de marisco. Carne: Fondue de carne de vaca. Doces: Fondue de chocolate.
Estilo de restaurante: Bom Garfo
Formas de pagamento: Cartões Crédito
Horário de Encerramento: 02:00
Lotação: 75
Necessidade de reserva: Aconselhável.
Preço Médio: 25.00
Recomendado para grupos: Sim
Tipo de Restaurante: Internacional, Português"
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quarta-feira, outubro 11, 2006

Uma nota gastronómica...

... que experimentei ontem num meeting bem familiar com tias-avós, tias, primas-em-2º-e-3º-grau, mãe, irmão, primos, pai e o meu-mais-que-tudo...
Foi muito apreciado e também acho que ficou muito bom! Como adoro coisas assim simples, parece-me que é uma entrada/sobremesa que vou repetir mais vezes :) Ah, ia-me esquecendo... como não aprecio grande parte das geleias e doces, fiz com o meu preferido, o de abóbora!
"1 queijo brie
1 vidro pequeno de geleia de damasco
amêndoas

Colocar o queijo num prato que possa ir ao microondas, cobrir com geleia de damasco e levar ao microondas por 2 minutos. Enquanto isto torrar as amêndoas e cortar em tirinhas. Tirar do forno e colocar as amêndoas em cima do doce. Pronto para servir com torradas ou fatias de pão."

Chef Gula

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Sugestão para matar o desejo...

... confesso que não acho que o restaurante seja nada de especial (o meu preferido, continua a ser o Psi) mas a loja, aiiiiiiiiii a loja... é daquelas que evito ir muitas vezes porque me apetece comprar tudo :) da última vez, compramos detergente e amaciador Ecover, sementes de papoila (para fazer um bolo que à muito desejava fazer), seitan (para os bifes de seitan com requeijão que o meu-mais-que-tudo tanto gosta), farinheira de soja (para as ervilhas com ovos escalfados do meu-mais-que-tudo), óleo de graínha de uva (que é considerada como a gordura que aguenta temperaturas mais elevadas durante a fritura) e tantas, tantas outras coisas... mas ficaram muitas mais para a próxima que lá voltar :)
Restaurante Espiral - Centro Divulgação Alternativas
"Restaurante a funcionar desde 1978, muito antes da comida vegetariana estar na moda. De realçar a agradável esplanada, integrada no Jardim Cesário Verde.
Endereço: Praça Ilha Faial 14 A. 1000-168 LISBOA
Freguesia: São Jorge de Arroios
Tel.: 213553990
Fax: 213530723
Email: espiral@netcabo.pt

Horário de Funcionamento: De Segunda a Sexta, das 09:30 às 20:30. Sábados, das 10:30 às 14:30 e das 15:30 às 20:30.
Dia(s) de Encerramento: Domingos
Especialidades: Comida macrobiótica equilibrada e de qualidade.
Formas de pagamento: Multibanco
Horário de Encerramento: 21:00
Preço Médio: 8.00
Serviços: Loja de produtos naturais.
Tipo de Restaurante: Macrobiótico, Vegetariano"

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quarta-feira, outubro 04, 2006

Afinal, já não começa hoje como estava previsto...

... o Trash Film Fest III: Écran negro no "Última Sé Bar" na Travessa do Almargem - Alfama(entre a Casa dos Bicos e a Sé de Lisboa) .
Mas espreitem o site que, no minimo, é hilariante :)
Segundo, a Cinecittà este mini-festival deve arrancar ainda este mês... ficamos a aguardar!

terça-feira, outubro 03, 2006

Sugestão para matar o desejo...

... o regresso das sugestões para comer bem na cidade :) Ainda não fui a este mas parece ser bastante interessante... bom apetite!
Restaurante Tamarind
"Fica situado em Lisboa e está pintado de tons quentes em consonância com os temperos indianos. Este restaurante apresenta iguarias refinadas pela mão do cozinheiro de origem indiana. É um espaço moderno e de linhas contemporâneas, o ambiente é simpático e a cozinha de qualidade.
Endereço: Rua da Glória 43-45. 1250-115 LISBOA
Freguesia: São José
Telefone: 213466080
Dia(s) de Encerramento: Não encerra
Formas de pagamento: Multibanco
Horário de Encerramento: 23:30
Horário de Funcionamento: De segunda a Sexta das 11:30 h às 15.00 h. e das 18.30 às 23.30 h. Sábado e Domingo: almoços só com reservas e Jantares das 19.00 h às 23.00 horas."
Lifecooler

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Descobri por acaso e apaixonei-me...

Colher para semear
- Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais -
Porquê preservar variedades tradicionais?
A perda da biodiversidade agrícola, em todo o mundo, é da ordem dos 75%, segundo estudo da FAO em 1984. A situação portuguesa contribui certamente para este panorama, tendo em conta o número de variedades desaparecidas nas últimas décadas das nossas hortas e pomares. Poderemos apontar várias razões para esta situação.

A generalização do uso de sementes híbridas na agricultura contribui para aumentar a pobreza varietal e também para a dependência dos agricultores: devido à degeneração e perda natural de vitalidade destas sementes logo à segunda geração, a sua compra anual torna-se necessária. O comportamento actual dos agricultores que deixam de colher sementes das suas culturas, preferindo comprar os lindos pacotes que os cativam com as fotografias e as promessas de boas colheitas, é outra destas razões.

Por outro lado, a aglutinação das pequenas casas de sementes, geralmente por parte das multinacionais do ramo, reduziu drasticamente a oferta de variedades regionais e tradicionais, pois estas não têm qualquer interesse económico num sistema globalizado. Por essa razão, hoje cultivam-se as mesmas variedades por todo o mundo, não se adaptando estas, como é óbvio, a todos os climas, microclimas e tipos de solos existentes. Consequentemente, necessitam de uma gama enorme de biocidas para completar o seu ciclo, contribuindo assim para os efeitos sobejamente conhecidos de poluição a vários níveis, e para a redução da qualidade alimentar

As variedades que empreenderam uma viagem ao longo de inúmeras gerações para chegarem até nós, foram cuidadosamente criadas e acompanhadas, muitas vezes com grandes sacrifícios, pelos nossos antepassados. São a nossa herança mais preciosa, elas são a vida em forma de semente, são o nosso passado sem o qual não existiria vida em nós. Cabe-nos portanto dar continuidade a essa herança que nos foi tão generosamente cedida, semeando estas variedades, dando-lhes vida e utilidade, podendo assim ser vistos com orgulho por aqueles que nos antecederam, e também pelas gerações vindouras.
Informações e contactos:
Colher Para Semear - Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais
Quinta do Olival, Aguda
3260 Figueiró dos Vinhos

José Miguel Fonseca - 236 622 218 ou fcteixeira@esb.ucp.pt
Graça Ribeiro - 91 490 9334 ou gcaldeiraribeiro@gmail.com
Se quiserem saber mais: aqui
- objectivos da associação,
- como contribuir
- e o boletim de sócio
Próximo evento:
Ao Encontro da Semente 2006 - 21 e 22 de Outubro em Sesimbra: Programa