quinta-feira, janeiro 05, 2006

São Jorge reabre para acolher festivais de cinema...

"O Cinema São Jorge, em Lisboa, vai reabrir temporariamente na Primavera para acolher alguns festivais de cinema, voltando depois a fechar para «obras mais profundas», anunciou a Câmara Municipal de Lisboa.

Segundo um comunicado do pelouro da Cultura divulgado no site da Câmara Municipal de Lisboa (CML), o espaço, encerrado há mais de um ano, deverá acolher a realização do festival internacional de cinema documental Doc Lisboa, e o Festival de Cinema Gay e Lésbico.
Outra iniciativa prevista para o Cinema São Jorge, gerido pela Empresa municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), é o Festival Internacional de Cinema Digital, cuja primeira edição decorreu o ano passado em Tóquio, no Japão.
Está ainda a ser equacionada a hipótese de o S. Jorge acolher também o Festival de cinema independente Indie, que em anos anteriores decorreu no Fórum Lisboa, adiantou fonte do gabinete do vereador da Cultura, José Amaral Lopes.
Para que o espaço, inaugurado em 1950, possa acolher estes eventos, a autarquia vai realizar algumas obras no telhado e nas instalações eléctricas, «que garantam todas as condições técnicas e de segurança» para a utilização do cinema.
Segundo o gabinete de Amaral Lopes, ainda não está definido o período em que o São Jorge irá reabrir ao público, já que os prazos dependem da calendarização dos diversos eventos, ainda a definir.
O porta-voz da EGEAC sublinhou que a decisão do vereador da Cultura permitirá «retomar a tradição do Cinema São Jorge de acolher preferencialmente festivais de cinema».
Após a realização dos festivais, o espaço «será novamente encerrado» para serem realizadas «grandes obras».
Esta intervenção deverá ser precedida de uma definição sobre o futuro do São Jorge, prevendo-se a «consequente criação de um espaço adequado a longo pr azo, projecto que pressupõe a constituição de parcerias com entidades privadas».

«Conciliar a existência de zonas dedicadas a programas de interesse público com espaços que sejam interessantes e rentáveis para os privados é um dos objectivos definidos no novo projecto de dinamização e rentabilização do equipamento municipal da Avenida da Liberdade», adianta o comunicado.

O Cinema São Jorge fechou em Dezembro de 2004, devido a falta de condições de segurança.
Na altura, o anterior executivo da Câmara de Lisboa, liderado por Pedro Santana Lopes, pretendia realizar a unificação da sala, com capacidade para 1.300 pessoas, segundo um projecto do arquitecto Carrilho da Graça.

O projecto previa que o cinema viesse a acolher espectáculos musicais, com a manutenção da componente de cinema, tendo Santana Lopes chegado a admitir instalar ali um «Rockódromo». O modelo de gestão estava também a ser pensado na altura, prevendo-se uma solução mista, com a participação de privados.

«Teremos sempre de ter privados» envolvidos na exploração do espaço, com o «modelo de gestão preferencialmente como um equipamento municipal gerido pela EGEAC, independentemente de se fazerem parcerias com privados», adiantou a fonte da empresa municipal."

Diário Digital, 3 de Janeiro de 2006
Imagem retirada daqui:

1 Comments:

Blogger Floppy tem a dizer o seguinte...

Noticia do Diário de Noticias de 6 de Janeiro de 2006:

Reabertura do cinema s. Jorge
Festivais já têm compromissos

"A organização do Doc Lisboa, certame desde sempre ligado à Culturgest, mas recentemente apontado pela autarquia como um dos festivais de cinema a sedear no S. Jorge no quadro da sua reabertura temporária, solicitou um encontro com o vereador da Cultura, José Amaral Lopes, cujo agendamento aguarda, a fim de esclarecer o sentido do anúncio feito pela autarquia. Anúncio que, recorde-se, não refere os compromissos já assumidos pelas estruturas organizativas dos vários festivais, caso do Indie, a realizar já no mês de Abril e incluído por lapso já assumido pelo município, e do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa.

Em declarações ao DN, Ana Isabel Strindberg, da organização do Doc Lisboa, lembrou que o festival, cuja edição de 2006 decorrerá entre 20 e 29 de Outubro, se "mantém na Culturgest", parceria com a qual, disse, "estamos muito satisfeitos".

O S. Jorge "é uma sala bastante interessante" para os operadores culturais da cidade", lembrou, "e a Câmara de Lisboa um parceiro financeiro do festival, sendo natural que as parcerias sejam renegociadas quando se está a fazer a preparação de uma nova edição". Todavia, frisou, "as últimas edições do Doc Lisboa realizaram-se e vão continuar a realizar-se na Culturgest", entidade que, de resto, é co-produtora do certame. Ana Isabel Strindberg, que está já a preparar o programa para 2007, lembra também que "cada edição de um festival requer, no mínimo, um ano de preparação" para que o trabalho se processe sem sobressaltos. O Doc aguarda, pois, um encontro com Amaral Lopes para compreender melhor a razão de ser deste anúncio.

Também João Ferreira, director do Festival de Cinema Gay e Lésbico, lembra que o certame que dirige "tem uma sala há dois anos - o Quarteto - e o compromisso de fazer lá o festival". Uma posição definitiva relativamente aos planos da autarquia, essa só mais tarde poderá ser tomada. "Temos uma reunião agendada com o vereador da Cultura", disse ao DN, "e veremos, então, quais as reais possibilidades do S. Jorge". João Ferreira não exclui a eventualidade de um modelo repartido entre o Quarteto e a sala da Avenida da Liberdade, mas lembra a importância dos prazos "O nosso trabalho implica que tenhamos uma sala definida com um ano de antecedência", pelo que, frisa, é "urgente" essa definição."

11:33 da manhã  

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